23 de abr. de 2018

CARTAS ABERTAS AO DESEJO, dois

Fortaleza, 11/04/18.


Querida Paula, tudo bem?

Curioso ler em sua apresentaĆ§Ć£o a respeito de nosso encontro que o convite de diĆ”logo venha por meio de um ponto, conectivo. Isso me trouxe uma memĆ³ria, com cheiro da borra de cafĆ© que acompanha nossas trocas por Skype. MemĆ³ria de como nos conhecemos, hĆ” uma quantidade de anos que para mim jĆ” se perderam no fluxo do tempo, em um curso de PĆ³s GraduaĆ§Ć£o em Campo Grande, eu, como docente, e vocĆŖ, como estudante. Naquele tempo tive o feliz presente de orientĆ”-la e creio que nesse percurso bem mais aprendi do que ensinei. Afinal, a educaĆ§Ć£o e a arte incorrem nisso, nĆ£o? Em um ponto de troca. O atravessamento que vocĆŖ e as intersecƧƵes que vocĆŖ fazia entre design e danƧa, a partir da improvisaĆ§Ć£o, me proporcionaram, me moveram de tal forma que ao criar o braƧo de extensĆ£o do grupo de pesquisa que coordeno, chamado Dramaturgia do CorpoespaƧo, me parecia inevitĆ”vel chamĆ”-lo de Conectivo. Lembro-me de consultĆ”-la sobre este desejo, uma vez que o conceito de conectivo era desenvolvido em seu trabalho da PĆ³s e vocĆŖ, sem pestanejar, responder: “Sim! Fique a vontade!”. Aquele sim nĆ£o era apenas uma permissĆ£o, mas um convite para estarmos juntas enquanto esta conexĆ£o fosse possĆ­vel. E esse possĆ­vel tem se prolongado no tempo.

Foi criado o Conectivo Nozes, inicialmente na Universidade Federal de UberlĆ¢ndia e atualmente vinculado Ć  Universidade Federal do CearĆ”. Porque Nozes? Porque gostĆ”vamos de comer nozes e sempre brincĆ”vamos: “Ɖ nozes!” Este era o espĆ­rito de nosso trabalho coletivo. O espĆ­rito do jogo, da brincadeira, do riso, da comunhĆ£o, da informalidade das relaƧƵes (sem perder o rigor do trabalho), da democracia prĆ”tica. Antes de ser docente ou de estar vinculada a academia sou artista. Nunca acreditei na mĆ”xima de que o conhecimento para ser legitimado deva estar na academia. Vi colegas de trabalho, revestidos de uma retĆ³rica arrogante e elitista, ridicularizarem inĆŗmeras vezes os modos nĆ£o formais ou nĆ£o cultos de fala da lĆ­ngua portuguesa. Eu atĆ© gostaria de acreditar que a maioria dos brasileiros nĆ£o utiliza a lĆ­ngua culta por preguiƧa, no entanto, se nĆ£o formos hipĆ³critas, sem muito esforƧo perceberemos que isso ocorre devido Ć  deficiĆŖncia do investimento em ensino pĆŗblico que vivemos no Brasil. Afinal, em um PaĆ­s onde os discursos sĆ£o mais legitimados do que as aƧƵes, interessa a uma minoria, que estĆ” usando o Poder de forma corrupta e corporativista, garantir que a maioria nĆ£o seja capaz de produzir um discurso eloquente. E, claro, precisamos abafar o grito da periferia: Ɖ nĆ³is! Deslegitimar como se diz, nesse caso, tambĆ©m significa deslegitimar o que se diz. E, decidimos, estando do lado de cĆ”, deste “dentro” da academia que parece tanto se fazer fronteira apesar de seu estado pĆŗblico ter por obrigaĆ§Ć£o rompĆŖ-la, afirmarmos que “somos nozes” que construĆ­mos as possibilidades de pontes, redes, conversas, tecidos, texturas.

Sempre achei que as nozes da nogueira-comum tĆŖm um formato de crĆ¢nio e cĆ©rebro, como podemos imaginar com as imagens abaixo, roubadas da internet:

Fonte: mundoboaforma / Foto: hypescience

                               
Na mesma velocidade me aparecem metĆ”foras, tais como: mastigar e digerir um cĆ©rebro, devorar inteligĆŖncia, degustar conhecimento e gerar alta fonte de energia transformada em movimento criativo. Comer para se alimentar e gerar transformaƧƵes compartilhadas. Tecido duro e mole. RĆ­gido e flexĆ­vel. Forte e frĆ”gil. Sem perder as nuances que atravessam esses percursos que transcendem a dualidade e escondem em seus recĆ“nditos camadas muito mais finas, detalhadas, complexas do que as radicalidades extremistas. Como acreditar no mito do lado esquerdo que determina a lĆ³gica e do lado direito que determina a criatividade e as artes, se a maioria dos artistas crĆ­ticos que conheƧo se lanƧam para a esquerda em busca de uma perspectiva democrĆ”tica? 
Eu mesma jĆ” nĆ£o me vejo direita e/ou esquerda, centro/periferia. NĆ£o me vejo etiqueta. Me vejo  fissura. Talvez eu esteja atĆ© mesmo na fenda que se abre ao meio tentando buscar uma saĆ­da no caos sĆ³cio-polĆ­tico vigente. 

Pois, somos nozes. Nozes que trilhamos esses caminhos curvos, espirais, incertos. Nozes que desenhamos os formatos. Nozes que mastigamos o prĆ³prio pensamento para transformĆ”-lo em aĆ§Ć£o e reformulĆ”-lo nas intersecƧƵes que se organizam no contato com o outro. Nozes de cĆ” e de lĆ”, do aqui e do acolĆ”, nos reconhecendo para o aprendizado mĆŗtuo.

O Conectivo Nozes jĆ” completa 8 anos, jĆ” trasladou de UberlĆ¢ndia para Fortaleza, jĆ” viajou para a AmĆ©rica Latina, jĆ” publicou dois cadernos de pesquisa, 4 livros (um deles bilĆ­ngue), dois documentĆ”rios, circulou com um espetĆ”culo de composiĆ§Ć£o em tempo real em vĆ”rios locais do PaĆ­s, criou dois projetos de extensĆ£o que caminham para sua sĆ©tima ediĆ§Ć£o: Formigueiro – acervo e memĆ³ria; e Temporal – encontros de danƧa contemporĆ¢nea e composiĆ§Ć£o em tempo real.

De lĆ” pra cĆ” eu e vocĆŖ, o Conectivo Nozes e o Conectivo Corpomancia perderam um contato mais prĆ³ximo em funĆ§Ć£o das duras rotinas de trabalho, mas nossos modos de pensar/fazer danƧa se mantiveram conectados, de algum modo. E haveria a sorte de nos reencontrarmos de modo tĆ£o bonito, agraciadas pelo convite de Renata Leoni e do Festival de DanƧa de Joinville, para falarmos de um assunto que nos Ć© tĆ£o caro: redes na danƧa. Colocamos essa roda pra girar novamente. Em ciclo, como a vida. 

Logo me pus a pensar nas palavras de sua carta quando vocĆŖ disse sobre sua participaĆ§Ć£o nas rodas circulares. O que significa se colocar em roda. Dia 10 de abril fizemos uma segunda aĆ§Ć£o deste ano de 2018 do projeto de extensĆ£o universitĆ”ria que coordeno : Temporal – encontros de danƧa contemporĆ¢nea e composiĆ§Ć£o em tempo real. Esta aĆ§Ć£o era uma roda de conversa sobre improvisaĆ§Ć£o. O espaƧo utilizado para a aĆ§Ć£o foi um auditĆ³rio e os quatro convidados e o mediador estavam sentados Ć  frente das cadeiras com um microfone na mĆ£o, pois estĆ”vamos registrando a aĆ§Ć£o para disponibilizar para pesquisa, posteriormente. Em determinado momento me perguntei: como sugerimos uma roda de conversa em uma formaĆ§Ć£o espacial dessas? E convidei o pĆŗblico para formarmos uma roda metafĆ³rica a partir dos diĆ”logos. Mas como vocĆŖ mesmo disse, o design nos faz entender as coisas melhor. Talvez desenhar a roda com os corpos ainda seja algo necessĆ”rio para percebermos as possibilidades que ela contĆ©m. 

Dia desses conversava com Seu Flor, um amigo biĆ³logo, que Ć© um poeta da natureza,  sobre minha preocupaĆ§Ć£o com meu jardim de cactos. Sim, tenho conseguido a proeza de matar cactos e suculentas. Preciso ter plantas que tenham certa autonomia e que consigam manter uma vida digna com muito pouco, pois como as deixo por muito tempo sozinhas, elas nĆ£o podem depender de mim para estar bem, ainda que eu leve Ć”gua e amor de tempos em tempos. Em todo local que eu lia sobre cactos estava escrito que eles deveriam ficar no sol e tomar Ć”gua uma vez por semana para estarem bem. Pois, segui todo o manual. E os vi morrendo pouco a pouco. JĆ” entrando em certo desespero, decidi levĆ”-los ao hospital, uma vez que esse amigo mantĆ©m um jardim, uma estufa e uma incubadora de cactos. Ele perguntou onde eles estavam. Expliquei que ficavam alinhados em minha sacada. Ele disse que era o pior local. “Excesso de vento Ć© o que mais mata cactos”, ele me disse. “E, alĆ©m disso, eles odeiam ficar alinhados, porque nesse formato perdem energia. Eles gostam de cĆ­rculos, porque nesse desenho, eles mandam energia uns para os outros e se ajudam para manter-se bem por mais tempo. Por fim, observando suas plantas, uns morreram por falta de Ć”gua e outras por excesso. Cada cacto se comporta de um jeito e tem uma necessidade distinta. VocĆŖ nĆ£o pode tratar todos de forma igual, ainda que estejam no mesmo jardim.”

Essa fala me trouxe inĆŗmeras reflexƵes. NĆ£o apenas sobre minha incompetĆŖncia botĆ¢nica, que se resumia a nenhum conhecimento empĆ­rico e um “achismo” ingĆŖnuo de que minhas leituras superficiais de google poderiam me ajudar em algo (parece atĆ© que esses anos como pesquisadora de danƧa nĆ£o me ensinaram nada! Kkk). Mas tambĆ©m sobre como nĆ³s nos organizamos socialmente. Ɖ preciso se debruƧar para entender o outro, contemplar e observar para compreender.

Com um espĆ­rito coletivo e curioso que me Ć© inerente, sempre evitei me incluir em territĆ³rios demarcados, sejam eles de ordem social e/ou profissional. Estar com o outro, conhecer o outro, apesar das diferenƧas, sempre foi o elemento motor da minha vida e da minha danƧa. Ao longo de meu percurso, no entanto, os grupos sociais e/ou profissionais com os quais eu convivia sempre quiseram, e isso ainda ocorre, me limitar a padrƵes, estigmas, territĆ³rios, estereĆ³tipos e enrijecer minha atuaĆ§Ć£o dentro destes containers, seja como ser humano, artista, docente e/ou pesquisadora. Claro! Partimos socialmente de uma lĆ³gica do pertencimento: Ć© necessĆ”rio pertencer a um grupo para que vocĆŖ seja legitimado e/ou reconhecido. Afinal, Ć© preciso estar em um grupo para sentir-se parte de algo. Mas, e se eu nĆ£o quero me fechar em um sĆ³ lugar? Onde fico? No limbo?

As situaƧƵes que mais me trazem irritabilidade na vida sĆ£o aquelas que podam minha capacidade de ir e vir, que querem me aprisionar em algum local. Ou aquelas em que sou desrespeitada ou vejo alguĆ©m ser desrespeitado por ser diferente, pensar diferente, agir de modo diferente. De uns anos para cĆ” tenho pensado muito sobre o que Ć© estar junto. E quais sĆ£o as formas de estarmos juntos. Percebi como estou o tempo todo buscando agregar, juntar gente diferente, “estar com”. Quase um ponto de conexĆ£o, eu diria. E, nesse processo, tambĆ©m percebi como este ponto Ć© sempre quase e sempre frĆ”gil. Porque ele sĆ³ Ć© um ponto. E a conexĆ£o nĆ£o acontece se nĆ£o houver outros pontos, que formam linhas e que conversam com outros pontos, que vem e vĆ£o. Trabalhei por uns anos em um local em que convivi com pessoas muito agressivas e onde os casos de assĆ©dio moral eram recorrentes, nĆ£o apenas comigo. Era uma prĆ”tica quase que oficialmente aceita. Parece que o entendimento existente era que para uma pessoa se desenvolver profissionalmente, ela precisava deslegitimar e/ou desconsiderar o que o outro fazia. Lembro-me do tempo que eu investia desacreditando naquela realidade e me esforƧando para que pudĆ©ssemos de algum modo transformar aquilo em diĆ”logo. Essa iniciativa foi vista como ingenuidade e falsidade. Era como se para dialogarmos precisĆ”ssemos pensar todos de forma igual. Pensar diferente tinha o sinĆ“nimo de ser inimigo. Era apenas um trabalho mas o design  era de um campo de batalha minado. E em todo campo de batalha, alguĆ©m ataca e alguĆ©m defende. O campo de batalha nĆ£o soma, divide.

Um dia, uma colega me disse: “vocĆŖ jĆ” percebeu quanta energia vocĆŖ gasta tentando reunir pessoas que nĆ£o querem se reunir?” O cansaƧo de meu corpo jĆ” sabia disso, mas minha consciĆŖncia ainda nĆ£o havia se dado conta.  “Porque vocĆŖ nĆ£o usa essa energia para produzir apenas com o grupo que quer estar junto?” Aquela fala mudou minha perspectiva sobre as coisas. Era isso. Para se produzir arte Ć© necessĆ”rio querer, Ć© necessĆ”rio ter o desejo, Ć© necessĆ”rio colocar energia nisso. Se alguĆ©m estĆ” fora dessa vibraĆ§Ć£o, o trabalho nĆ£o cria espaƧo para se desenvolver.

Sempre fiquei muito pensativa sobre estas questƵes, pois sou muito crĆ­tica aos grupos fechados, especialmente os corporativistas, que com a justificativa de reunir pessoas em que se confia para trabalhar, vĆ£o se confinando em pensamentos fechados e aƧƵes territoriais, muitas vezes de forma consciente e propositada e algumas vezes de modo inconsciente. Logo, tenho me auto-questionado permanentemente sobre as maneiras de trabalhar, de criar e de produzir. De uns tempos pra cĆ”, no entanto, tenho comeƧado a perceber que tentar agregar pessoas que estĆ£o em estado de “nĆ£o”, que se aproximam para provocar segregaƧƵes, para destruir (muitas vezes o que nem foi construĆ­do ainda), Ć© desperdiƧar energia em uma discussĆ£o que nĆ£o avanƧa. Ɖ possĆ­vel trabalhar nas diferenƧas, quando os diferentes se propƵem a olhar o que os une, para avanƧar na construĆ§Ć£o de algo. Caso contrĆ”rio, o que ocorrerĆ” Ć© uma identificaĆ§Ć£o constante das diferenƧas, que, muitas vezes, afasta os envolvidos. E, quando digo isso, nĆ£o digo em esquecer as diferenƧas. Pelo contrĆ”rio. Inclusive porque isso nĆ£o Ć© possĆ­vel. Mas em olhar para elas de um modo mais generoso, para que possamos aprender com elas e nos colocarmos juntos em movimento pensante. Lembrei novamente da frase de meu amigo: “Cada cacto se comporta de um jeito e tem uma necessidade distinta. VocĆŖ nĆ£o pode tratar todos de forma igual, ainda que estejam no mesmo jardim.” Cada ser humano se comporta de um jeito e tem uma necessidade distinta. NĆ£o podemos tratar todos de forma idĆŖntica. Lutar por direitos de igualdade social nĆ£o significa pasteurizar cada indivĆ­duo em uma massa que atua de modo uniforme.

Desse modo, me parece que para estarmos juntos Ć© preciso antes querermos estar juntos, respeitando o que nos difere e nos faz Ćŗnicos. E sĆ³ podemos construir outras possibilidades de relaĆ§Ć£o, distintas das hierĆ”rquicas e/ou verticais, se estivermos dispostos a isso. DisposiĆ§Ć£o! E coragem, como sempre dizem, Arnaldo Alvarenga e Angel Vianna. Este final de semana tive o prazer indescritĆ­vel de conviver com Angel ao longo de trĆŖs dias intensos, e durante um almoƧo, quando ela nos contava de algumas perdas que teve em sua vida, de forma abrupta, ela nos disse: “eu divirto vocĆŖs e assim sou feliz. Me divirto com vocĆŖs. JĆ” perdi tanto, entĆ£o sigo me divertindo com quem estĆ” aqui. Porque a vida nĆ£o Ć© o que se pensa, Ć© o que se faz.”

E para se fazer Ć© realmente preciso coragem e disposiĆ§Ć£o. Aos 90 anos, com joelhos inchados, Angel ofereceu uma aula, fez uma aula, passeou, danƧou e, se despedindo do lindo festival de danƧa onde estĆ”vamos, em Juazeiro do Norte, ainda iria enfrentar uma viagem de van, de aproximadamente 8 horas para Petrolina, onde seguiria trabalhando. Mais do que resistir, ela resiste com alegria, por amor ao que faz. Assim como resiste este evento onde estĆ”vamos, a Semana de DanƧa do Cariri, organizada por Allyson Amancio e sua irmĆ£ Luciany Maria. Assim, como vejo resistir o Temporal – encontros de danƧa contemporĆ¢nea e composiĆ§Ć£o em tempo real, projeto que jĆ” citei aqui.

Bom... nesse contexto, comecei a entender que atĆ© para construir uma outra realidade sĆ³cio-polĆ­tica, Ć© preciso estar junto de quem queira atuar nesse sentido. E talvez nĆ£o seja todo mundo que esteja disposto e tenha coragem de estar nesse lugar de convivĆŖncia com o diferente, de respeito pela diferenƧa que o outro produz. Neste instante me pergunto: como organizamos as redes, entĆ£o? E, como vocĆŖ perguntou, em uma conversa nossa por Skype, Ć© possĆ­vel saber quanto tempo dura uma rede?

PoderĆ­amos pensar na estrutura de roda como processo metafĆ³rico para essas construƧƵes?  Como se forma a roda? Quem estĆ” na roda? Quem entra e quem sai da roda? Quanto tempo cada um permanece na roda? Nos damos as mĆ£os na roda? Como nos damos as mĆ£os? Decidimos a quem nos damos as mĆ£os no caminho? Como decidimos? Com que intensidade nos damos as mĆ£os? Para que lado giramos? Ou giramos para os dois lados? Em que velocidade giramos conjuntamente? Como e quantas vezes mudamos as configuraƧƵes dessa roda? Quais os tamanhos dessa roda? Como produzimos energia em roda? E inĆŗmeras outras perguntas poderiam se desdobrar daĆ­...

Para mim, o ato de se conectar com as pessoas demanda, sim, muita energia, mas ele tambĆ©m pode produzir muita energia, dependendo de como essa conexĆ£o se dĆ”. E quando isso acontece e o fluxo se estabelece Ć© realmente saboroso estar nele. E Ć© imprescindĆ­vel nos mantermos conscientes desse processo para nĆ£o nos acomodarmos e, assim, estimularmos outros fluxos. Ɖ importante abrirmos a roda para entrar ar, entrar gente, sair gente que ali nĆ£o deseja mais estar. Parece precioso fazer com que a roda se constitua pelo desejo de estar junto. A roda nĆ£o Ć© uma imposiĆ§Ć£o, Ć© um desejo. Assim como as redes. E a partir do desejo, geramos aƧƵes.

E nĆ³s? Que redes sĆ£o essas que estamos tecendo? Beijo afetuoso na alegria de comeƧar a bordar com vocĆŖ.

Aninha.

 

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