20 de jul. de 2009

Nosso tempo

[...]

Visito os fatos, não te encontro.
Onde te ocultas, precária síntese,
penhor de meu sono, luz
dormindo acesa na varanda?
Miúdas certezas de empréstimo, nenhum beijo
sobe ao ombro para me contar-me
a cidade dos homens completos

[...]

Este é tempo de divisas,
tempo de gente cortada.
De mãos viajando sem braços,
obscenos gestos avulsos.

[...]


Carlos Drummond de Andrade

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