:: A Dança que a Cidade Dança

A gente tava lá, marcando presença, quebrando um pouco o ritmo das coisas. Um pouco mesmo, vieram nos reclamar. Nos disseram "corajosas", nos disseram "um pouco covardes", é bom gerar opinião e isso inclui que "no mais, toda unanimidade é burra..." - nos lembrou a Mary Saldanha, que anda mergulhada por tabela no CORPOMANCIA, e assim, por tabela, ela acerta muitas cestas.

Foi a primeira vez que participamos de um evento que nos colocou junto a outros grupos e academias de dança. A verdade é que mesmo com a nossa participação tímida, mas não intimidadas, a gente ouviu conversa, ouviu reflexão sobre o nosso papel lá e o jogo serve mesmo pra botar a platéia pra pensar - claro que os temas de reflexão fogem das nossas pré-suposições. A proposta que levamos foi a melhor solução a partir do que podíamos prever do evento e ficamos com uma sensação muito boa de dançar lá. A experiência só vai gerar melhora.

A sábia Mary estava aqui do meu lado agora mesmo falando sobre lentes, em como a gente está treinado para ver as coisas. Tudo o que é novo causa estranhamento, isso é normal porque não tem nenhuma lente nossa pra reconhecer o que não se viu antes. Apesar do improviso na dança não ser nada novo, ainda é, neste contesto do MS e não só o improviso, mas também a forma como a gente se coloca no palco, e também falando, longe de alguma empostação teatral. Sinceramente acho que é uma questão de costume e também de gosto, oras bolas, por que não? Mas a definição do gosto só pode vir depois de tirados os óculos escuros, aquelas lentes bloqueadoras.

A foto aí de cima é do Éder Almeida, ele tirou fotos lindas. Vamos postar em algum lugar e avisamos.


evento:: A Dança que a Cidade Dança
realização:: Fundação de Cultural de MS
local:: Concha Acústica Helena Meireles, Parque das Nações Indígenas
data:: 17.8.8
jogadoras:: Ana Maria Rosa, Franciella Cavalheri, Júlia Aissa e Paula Bueno.
jogo de luz:: Beto
jogo de cintura:: Mary Saldanha, Antônio Rosa