Ainda hoje me deu vontade de marcar um dia nesse mês de janeiro pra praticar contato improvisação. Chamar quem tiver essa vontade e esse interesse pra criar movimentos com outra pessoa, situação bastante prazerosa, ainda mais quando promove encontros daqueles que só as magias imaginárias bastante contemporâneas conseguem explicar, se houver explicação - como atenta Jung no livro "sincronicidade", a respeito da não causalidade de certas coincidências significativas, que caminha por outra via da nossa necessidade de explicação de causa pra tudo.
Como Andreia Jabor orientou no breve workshop que deu durante sua participação no palco giratório com o espetáculo "Isadora.orb", em 2008, "simplesmente" puxar ou pressionar. O fluxo do diálogo sem voz (intuitivo?) guia os movimentos gerados. Sem ensaios.
Parece muito a vida cotidiana, em que não preparamos e não temos controle do que vai surgindo (contato físico sensório-motor ou físico-abstrato-conceitual), do que nos espera no meio da rua. Sem a noção de um todo, a percepção da parte serve de estímulo e de cutucão pra nos darmos conta de que nossas bases são bastante instáveis, certeza absoluta inexistente.
Tudo isso pra falar que esta semana está acontecendo a terceira edição do "Contact Rio - Festival de Contato Improvisação do Rio de Janeiro", com programação gratuita (exceto oficinas) com direito a jam sesions em locais públicos. O site oficial do evento tem a programação completa > http://contactinrio.jimdo.com/
Mas tem uma coisinha também: Rio de Janeiro é meio longe, né não? Bora fazer um encontro nosso de contato improvisação por aqui mesmo??
(a foto é da fotógrafa novaiorquina Helen Levitt, que na primeira metade do século passado registrava cenas do cotidiano do Brooklyn, bairro negro de Nova York. Assim como outras preciosidades da arte mundial, morreu no ano passado, aos 95 anos)
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