18 de dez. de 2009

:: medrosas confiantes




Criar sozinha? Será possível?
Desde 2007, um movimento diferente vinha acontecendo. Havia uma vontade, mas muitos empecilhos também, o maior deles, o medo.
Até que surgiu uma oportunidade para a tentativa. Não seria nada muito oficial, bem alternativo. Uma festa de amigos, que começavam a admitir que a arte era o que nos movia. As meninas meio com medo, os meninos confiantes, principalmente um tal menino ansioso e às vezes confiante até demais, que começava a se inserir no mundo da dança, pintava quadros, fazia poesias... Eles davam petelecos que nos estimulavam a acreditar na ideia de criar e apresentar nossa criação.
“Águas de março” no bar do Carioca (no início de uma rua com paralelepípedos, perto da feira central), música, dança, artes plásticas, poesias. Uma primeira aproximação da dança de uma casa e da nossa dança à vila perto da ferroviária. Se não fosse por aquele menino, talvez demorasse muito mais tempo para adentrarmos mais profundamente o local.
“Unidade distorcida” era o nome da performance. Nome sugestivo para uma tentativa de criar uma organização diferente de agrupamento. Depois chegou a ser apresentada na comemoração ao dia da Dança no Museu de Arte Contemporânea (com público itinerante – ideia da Renata Leoni) e de comemoração da divisão do estado na praça da Independência. Divisão, independência.
Em relação a videodanças ocorria o mesmo: meninas meio medrosas, menino confiante. O desejo parecia o mover e a racionalização ficava curiosamente para o gênero feminino (mais experientes, mais desiludidas em relação à pureza da arte - preocupações técnicas). Não fosse mais esse peteleco, estaríamos na vontade de criar, sem acreditar que podíamos fazê-lo. “Mudez” foi encenado também em uma casa, no sítio vô Tinho. O cenário reincidia. No videodança “Urbano” (2008), o cenário foi um prédio abandonado. O abandono começava também a aparecer no caminho.
Contando essa história dois anos depois, parece até que prevíamos tudo. É um “work in progress” que continua em processo.

Um comentário:

  1. muito bom!!! é verdade, essa história vem vindo há um bom tempo, é importante validar isso. e as fotos... bah, vocês todos com cara de novinhos. será que agora a gente tem cara de adulto?

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