Essa é a pergunta da semana,
feita pelo Luis aos criadores, quando estes falam de seus processos e o que
eles estão pensando em mostrar na finalização da residência. Acredito que essa
pergunta traz o criador pra junto da sua obra de uma maneira bem contundente.
Falei para ele (o Luis) que isso me paralisava. Não sei se isso ou então a
maneira como ele coloca isso pra mim. Não
sei o que responder dessa pergunta. Será que é porque não me sinto criando
nada? E assim estou, paralisada ou em uma “dança da imobilidade na movência”
(Marcia Tiburi/Thereza Rocha em Diálogo|Dança). Cheguei aqui com algumas
expectativas: dar continuidade aos processos que comecei neste ano e investir
em uma pesquisa a respeito da permanência do artista da dança/na dança. Mas são
muitas as questões das pessoas em seus diferentes momentos. Não é difícil você
se deixar contaminar pelos outros e a cada nova contaminação, a sua questão
deixa de ser sua e perde um pouco a importância. Então, para a mostra, resolvi
deixar de lado o que estava mais relacionado às minhas questões e passei a
investir em uma pesquisa iniciada por meio de um exercício, que poderá resultar
em alguma coisa mais produtiva no futuro (com a possibilidade de contribuir para uma cena do Inocência). Dos feedbacks que tive sobre essa
criação, anotados e comentados por todos os residentes e em conjunto com os
interpretes-criadores, chegamos a um formato de performance na própria Casa de
Cultura Mario Quintana/CCMQ. O trabalho partiu de uma frase
provocadora, sorteada e rapidamente resolvida, pela manipulação entre os intérpretes
(post de 13.10.2012). É interessante porque depois da discussão do trabalho encontramos
mais possibilidades para a criação, mais pesquisa e investigação, um risco
inclusive dele se deslocar bastante da frase/criação “original”. Na própria
necessidade de descrever o que será a apresentação, os relatos, os pontos de
partida e chegada são muito diferentes para cada um. Estamos nesse momento em experimento.
Apareceu a questão do toque, do peso, da construção/desconstrução dos corpos,
do desmoronamento, uma possibilidade visual de um jogo “pega varetas”, com
cuidado no toque que vai desconstruindo algo, sem desmoronar. Essa criação
integrará um percurso pela Casa de Cultura, onde outras criações serão
mostradas no domingo, último dia da Mostra de Solos e Duos, 11 de novembro. As outras apresentações serão no teatro aqui da CCMQ, o Teatro Bruno
Kiefer, entre quarta e sábado da semana que vem (07 a 10/11/2012).
Saiu também a programação de abertura da
Mostra Solos e Duos, com convidados locais e nacionais. Infelizmente, nós que
somos o foco do projeto (o motivo dele existir) estaremos apartados deste
momento. Mas, seguimos.
Mais informações em http://www.outrasdancas.com.br/
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