Começo, assim, no fluxo, como Coletivo-Conectivo (a Paula argumenta que o termo conectivo tem mais sentido para designar essa ação pensamento porque se trata da conexão de pessoas que são mais diversas do que similares) e já com questões sobre esse próprio e novo conceito. Eu a me apresentar a ele, e ele a mim. Ok. Precisei entender isso. Encontrei um texto, nada muito fechado. Uma pista. Também sem cerimônia.
"Conhecemos os coletivos em vários contextos da arte como aglomerados de profissionais interessados em questões estéticas em comum, a partir das quais algo pode ser produzido, apontando sua razão de existir. É uma estratégia de se tornar visível em meio à diversidade de artistas contemporâneos. Reunidos, encontram formas de repensar, questionar, refazer, exercitar o modo de concretizar sua própria prática, o que, em dança, tem suas idiossincrasias.Especiais em cada caso, lugar e tipo de dança que exercem, os coletivos na área no Brasil se caracterizam minimamente por reunir artistas heterogêneos, em cidades até inesperadas - como é o caso de Votorantim e Teresina -, e por concentrar questões comuns aos participantes. São inquietações em relação ao meio em que vivem e exercem sua profissão. São, sim, questões estéticas e artísticas, e não menos culturais e políticas.Tais idiossincrasias, embora específicas, mostram-se também abrangentes: respondem ao objetivo de cada artista envolvido em sua obra, mas igualmente sinalizam preocupações gerais, do seu ambiente cultural. Isso faz dessa prática algo político e artístico, sem menor ou maior peso para nenhum desses dois aspectos.Portanto, são as diferenças de cada um que impulsionam o encontro desses profissionais e se mantêm como pauta do coletivo, porque podem indicar as diversas questões envolvidas em seu meio. O que mobiliza os coletivos são justamente as idiossincrasias, porque a partir delas é possível problematizar preocupações distintas de cada um, mas não distantes da realidade comum a todos.Como é possível perceber, valorizar as diferenças aqui não é modismo, é necessidade; vincular a arte à vida não é bandeira artística, é indicar sua posição no meio em que vive. Tal conexão entre política e arte não é militância, é uma estratégia de existência. Por fim, esses artistas em coletivo não o fazem somente dentro do seu trabalho, mas exercitam uma postura diante da sociedade". Nirvana Marinho em Coletivos em Dança: Corpos Políticos - Temas para Dança Brasileira, Pág. 267
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