12 de fev. de 2011

:: com manteiga, por favor.

Natalie Portman, no filme Cisne Negro

Nesta semana fui assistir, com uma baita turma de amigos da dança (e da vida), ao Cisne Negro, filme de Darren Aronofsky. Fomos apunhalados, a fila toda que fechamos no cinema.


Cisne Negro eleva à décima potência o processo de criação de um intérprete e me parece fantástico ver um filme com este tema ganhar tamanha projeção. A verdade é que pra dançar certas coisas, a gente tem que saber acessá-las, ou alcançá-las... e se perguntar pra qualquer bailarino, garanto que vai ter uma história de como um espetáculo afetou a sua vida. Às vezes eu acho que a fronteira entre arte e vida é como a fronteira do Brasil com o Paraguai, em Ponta Porã: a gente sabe o que é Brasil e sabe o que é Paraguai, mas se você andar por lá, vai se sentir em um território binacional. 


Agora eu li duas críticas sobre o filme:
Na Piauí, contou-se toda a história mas não chegou a lugar nenhum com o texto.. quem não assistiu, não leia, tipo estraga-prazer (claro que nos limites que um texto pode afetar a experiência de imagem e som, que cá pra nós, são coisas bem diferenteees!!).. pra quem assistiu e já conhece os filmes do Darren, não vai fazer muita diferença (a leitura, não os filmes). 


Na Revista Bravo!, falou-se mal do filme, mas o texto é bom e os argumentos são convincentes. Pena que não se aplicam ao filme, porque apesar de todos os clichês, o Cisne Negro funciona pra caramba. Aprendi que não dá pra condenar "o que" se faz, tem que olhar "como" se faz. Se não, ninguém podia mais falar de história de amor depois do Shakespeare, vamos combinar. 


Enfim, cinema falando de dança, que falam de pessoas. O ser humano é sempre o ponto de partida; fossemos cisnes, não sei se o espelho seria diferente. 

2 comentários:

  1. Adorei esse filme (de vez em quando me pego pensando nele, em algumas cenas) e gostei muito do seu comentário.

    Paula, vcs dão aula de dança?

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  2. Pois é, não estamos dando aulas de dança... A gente funciona se juntando pra realizar projetos.. De repente, se pensar em um projeto de aula com um pessoal, pode puxar um de nós para realizar.

    E tb tenho essas reações de ficar pensando no filme... até machuquei minha mão de tanto lavar a casa e acordei no meio da noite cismada com os machucados. daí fiquei rindo, hehe, ninguém merece ficar imitando filme, né!
    beijo!

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